Related Posts with Thumbnails

terça-feira, 14 de setembro de 2010

GOVERNADOR-CANDIDATO: EM MATÉRIA DA ISTOÉ, EDUCARDO CAMPOS É CHAMADO DE "GÊNIO SEDUTOR"

  Da revista IstoÉ

Nenhum candidato a governador no País está tão seguro da vitória quanto o pernambucano Eduardo Campos (PSB). A três semanas da eleição, ele aparece nas pesquisas com 73% das intenções de voto, acumulando 56 pontos percentuais de vantagem sobre seu rival, o peemedebista Jarbas Vasconcelos, um político tradicionalmente bom de voto em Pernambuco. Não há outro candidato com tamanha dianteira no Brasil. Campos vem sendo aclamado como um “gênio sedutor” por seus correligionários e leva dos adversários a pecha de “arrogante manipulador de resultados”, segundo definição do senador de oposição Raul Jungmann (PPS).

Aos 45 anos, Eduardo Henrique Accioly Campos se orgulha de ser o governador mais popular do País. Uma pesquisa do Instituto Datafolha, de julho, mostrou que 62% dos pernambucanos avaliam seu governo como ótimo ou bom, 27% acham regular e somente 7% dizem que a administração é ruim ou péssima. Em 2006 ele herdou um Estado sem grandes problemas financeiros e tratou de aproveitar a boa maré econômica para modernizar o governo de Pernambuco, o que explica seu sucesso e o favoritismo para a reeleição. Campos é da nova geração de administradores públicos que defendem prêmios de produtividade para o funcionalismo e procuram governar seus Estados como se fossem empresas privadas. Para escândalo de muitos parceiros socialistas, ele procurou modelos de gestão eficientes até entre partidos que se alinham com seus opositores. De Minas, com o ex-governador Aécio Neves, por exemplo, foi buscar as ideias do “choque de gestão”. Depois desembarcou em São Paulo para estudar o modelo de saúde implantado por José Serra. Também foi ao Rio de Janeiro discutir soluções para a segurança pública com o governador Sérgio Cabral. 

Aliado de Lula, Campos, como presidente nacional do PSB, ajudou o presidente a articular a retirada da corrida eleitoral do deputado Ciro Gomes, deixando a estrada livre para Dilma Rousseff. Assim, ganhou peso político em Brasília. O governador levou para o Estado megaempreendimentos industriais ligados ao petróleo e à produção de navios, além de ter incentivado a indústria têxtil pernambucana, que passou a ser a segunda força fabril do País no setor. Em parceria com o governo federal e a iniciativa privada, tirou da prancheta, depois de quase 60 anos, a Ferrovia Transnordestina. Assegurou ainda as obras da transposição do rio São Francisco, recursos para o porto de Suape e ganhou a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima.

Pernambuco ainda é um Estado pobre. Segundo os novos dados do PNAD 2009, a pesquisa nacional por amostra de domicílios do IBGE, só 39,6% de suas residências têm esgoto e 15,6% não contam com água encanada. O Estado apresenta um índice de analfabetismo de 17,9%, sendo que outros 28,5% são de analfabetos funcionais – ou seja, 46,6% da população mal sabe ler e escrever. “Fizeram muita maquiagem no Estado”, reclama Raul Jungmann. “Vivemos um efeito Lula quintuplicado.” Eduardo Campos admite que a ajuda do governo federal foi estratégica, mas garante que Pernambuco também tratou de fazer sua parte. “Não há vento bom para quem não sabe para onde quer ir”, afirma.

“Eduardo Campos tem três características: prepotência, arrogância e soberba”, desdenha seu rival Jarbas Vasconcelos. Para o candidato do PMDB, o governador aproveitou-se de uma “política de toma-lá-dá-cá” para erguer sua base de apoio. Jungmann reclama que favores oficiais são distribuídos fartamente para atrair aliados: “Os prefeitos daqui não são autônomos e, como o governador tem a caneta e as verbas oficiais, fica difícil fazer oposição”, diz ele.

Nenhum comentário: